terça-feira, 13 de maio de 2014

Caso 5 - Transtorno do Pânico / Case Study 5 - Panic Disorder

Apresentação do Caso 5 do Trabalho de Investigação para o Poster do Congresso RIEN 2014

Terapeuta: Paula Mão Cheia
Paciente: sexo feminino, com 37 anos de idade.
Ocupação: administrativa
Patologia: Transtorno do Pânico
Diagnóstico: 2009

Transtorno do Pânico: distúrbio de ansiedade que se caracteriza pela ocorrência repetida de ataques de pânico. Estes podem ser definidos como episódios agudos, autolimitados, de extrema apreensão ou medo e sensação de perigo iminente para a integridade física ou mental, acompanhados de sintomas vegetativos sugestivos de hiperatividade central e autonómica. Os sintomas são como uma preparação do corpo para a fuga de uma ameaça real (sistema simpático). A adrenalina provoca alterações fisiológicas que preparam o indivíduo para o enfrentamento desse perigo. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, entre 2 a 4% da população mundial sofre com o transtorno do pânico. A prevalência maior é nas mulheres, numa proporção de 2:1 em relação aos homens. As causas dos ataques de pânico estão relacionadas, principalmente, a factores ambientais/históricos (acontecimentos ao longo da vida) e sócio-culturais. Assim, compreender a história de vida daquele que tem o transtorno do pânico é fundamental para o seu tratamento. Normalmente, as pessoas que sofrem de ataque de pânico costumam assumir uma carga excessiva de responsabilidades e afazeres; são muito exigentes consigo mesmas e não convivem bem com erros ou imprevistos; são perfeccionistas com excessiva necessidade de estar no controlo e de ter a aprovação dos outros e têm a tendência a se preocupar demais com os problemas do dia a dia, entre outros aspectos.

Sintomatologia: a paciente refere que inicialmente quando foi diagnosticada a patologia (2009) os sintomas dos ataques de pânico eram: suores frios, sensação de falta de ar, aumento da frequência cardíaca, sensação de formigueiro e picadas no lado esquerdo do corpo, cefaleia constante no lado direito e sensação de pressão na região do plexo solar. Atribui o seu aparecimento a uma depressão pós parto (2007) não tratada. Actualmente a paciente refere que os sintomas são um pouco menos intensos e caracterizam-se por: tonturas, aumento da frequência cardíaca, sensação de ligeira falta de ar, parestesias e sensação de diminuição da força muscular nos membros superiores e inferiores (predominantemente no lado esquerdo do corpo).

Medicação: Escitalopram (anti-depressivo utilizado no tratamento de perturbações da ansiedade: posologia 3mg 4 vezes por semana. Está a iniciar a remoção progressiva), Bromazepam (ansiolítico, 10mg em SOS).

Data de início das sessões: 08/12/2013

Tratamento: Foram realizadas 15 sessões de reflexologia com a duração de uma hora e com a periodicidade de duas vezes por semana. Durante os tratamentos foram aplicadas técnicas de relaxamento, método de Eunice Ingham, técnicas avançadas, aromaterapia (óleo essencial de camomila), pontos de acupressão (F3, R1 e C9), taco podal, Su-jok (uso do anel), técnica de reflexologia vertical (diaphragm rocking e pituitary pinching) e noções de nova medicina. Em todas as sessões foram trabalhados com diferentes técnicas os reflexos do sistema nervoso central e periférico (sistema simpático - os neurónios simpáticos estão localizados nos segmentos torácico e lombar da medula espinal e sistema parassimpàtico - os seus neurónios estão localizados no tronco cerebral e nos segmentos espinhais abaixo de L2) e plexo solar (ou plexo celíaco gigante - enerva glândulas supra-renais, rins, fígado, estômago e duodeno e é composto por nervos da divisão simpática e parassimpática - nervo vago) a fim de ajudar a equilibrar o seu funcionamento; sistema endócrino (pituitária e supra-renal) pois estas glândulas exercem um papel fundamental em situações de stress persistente e ansiedade; sistema esquelético e muscular (coluna cervical e ombros, diafragma) e pulmões (o estado da ansiedade aumenta a tensão muscular devido aos efeitos da ativação do sistema nervoso simpático e a respiração torna-se rápida e superficial) em conjunto com incentivo da respiração abdominal para induzir o relaxamento pela ativação do sistema parassimpático; sistema digestivo (fígado, vesícula biliar, estômago, e intestino) pois os efeitos continuados da ativação do sistema nervoso simpático provocam alterações no funcionamento destes órgãos; sistema urinário ( a fim de promover a eliminação de resíduos, uma das funções do sistema parassimpático, ajudando a contrariar novamente os efeitos do sistema nervoso simpático e assim ajudar a equilibrar as funções destes dois sistemas e promover a homeostasia; pontos de acupressão F3 e R1 para ajudar a equilibrar as funções do fígado e renal. Foram também ensinadas "técnicas SOS" de relaxamento e anti-stress para a paciente utilizar em si própria quando sentisse necessidade, como as técnicas de reflexologia vertical diaphragm rocking e pituitary pinching, bem como o uso do anel de Su-jok no quinto dedo de ambas mãos, por onde passa o meridiano do coração e acupressão do ponto C9 nos mesmos dedos indicado em casos de disfunções psíquica e psicossomáticas.

Análise de Resultados: as mudanças relevantes face ao seu estado foram sensação de leveza e bem estar logo após a primeira sessão e posteriormente diminuição dos ataques de pânico sem recorrer a medicação SOS. No mês de novembro de 2013 antes de niciar o tratamento de reflexologia tomou medicação SOS 5 vezes. No mês de dezembro de 2013 após o início do tratamento de reflexologia manteve a mesma frequência de 5 tomas por mês. No mês de janeiro de 2014 diminuiu a frequência da toma de medicação SOS para uma vez. No mês de fevereiro 2014 manteve a frequência de apenas uma toma, até a 15ª sessão, apesar de já ter diminuído a medicação anti-depressiva paua uma única dose por semana. No período entre a 1ª e a %ª sessão (20-12-2013 a 22-12-2013) tomou medicação SOS 4 vezes apesar de referir sensação se relaxamento no final das sessões. Após a  5ª sessão esteve desde o dia 29-12-2013 a 03-02-2013 (10ªsessão) sem recorrer à medicação SOS, tendo durante esse período reduzido a medicação anti depressiva para só 2 comprimidos por semana. Entre a 10ª e a 13ª sessão tomou medicação SOS uma vez, referindo estar mais ansiosa devido à preocupação com o estado de saúde da mãe. Desde a 13ª sessão (14-02-2014) à 15ª sessão (27/03/2014) não sentiu necessidade de recorrer à medicação SOS, tendo já reduzido, durante esse período, a medicação anti depressiva para só uma dose por semana. Entre a 14ª e a 15ª sessões, referiu ter começado a notar os sintomas de um ataque de pânico, mas conseguiu superar sem recorrer à medicação SOS e os sintomas desapareceram em 10 minutos. Após a utilização mdas técnicas avançadas (3ª sessão), com taco podal e acupressão nos pontos F3 e R1 (5ª sessão) mais intensamente a paciente referiu grande relaxamento e leveza no final deste tratamentos, e sensação de frio a subir pelo corpo. Referiu maior bem estar nos dias seguintes ao tratamento.

Conclusão: é possível concluir que os tratamentos de reflexologia ajudaram a paciente a aumentar o bem estar e o relaxamento, a capacidade de auto controlo aquando do início dos sintomas de um ataque de pânico, superando-os sem necessidade de recorrer a medicação ansiolítica SOS e contribuíram para a diminuição efectiva da frequência de ocorrência dos ataques de pânico.

pés na primeira sessão

pés na última sessão


Follow-up: a paciente manifestou vontade de continuar os tratamentos após a 15ª sessão. Entre a 15ª e a 16ª sessão retirou o último medicamento anti depressivo e entre a 16ª e 18ª sessões tomou medicação SOS 2 vezes. Entre a 18ª e a 23ª sessões não tomou medicação alguma, sendo que se mantém sem tomar medicação e sem sentir necessidade disse desde 15-03-2014 a 05-05-2014.

Testemunho da paciente: 
"Quando comecei a fazer (receber) a Reflexologia sentia-me ainda com alguns dos sintomas de quando comecei a fazer tratamento anti depressivo, embora já tivesse melhorado muito. Um mês após a reflexologia ainda tinha algumas quebras e recaídas. Neste momento, sinto sem dúvida uma melhoria em todos os aspectos, tanto a nível psicológico como físico. Estive 4 anos a tomar ansiolíticos e anti-depressivos, e comecei o "desmame" há 4 meses, e neste momento não tomo nada.
Bem haja a Reflexologia."




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